Tireóide - Já não temos mais!

Após o diagnóstico de câncer, mudei meu o olhar para o mundo. Eu mudei minha vida, buscando sempre a felicidade mesmo em momentos em que tudo parece perdido!!

Eu tive câncer, mas ele nunca me teve!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Minha história


Minha história começou em Novembro/2009, quando em uma USG cervical de rotina descobri um nódulo na tireóide (até então, nunca havia feito esse exame). O médico durante o exame já me disse que teria que fazer uma punção pois o aspecto do nódulo não era bom!! Naquele momento, parecia que meu mundo tinha caído, pois perdi meu pai devido a um câncer na garganta, fiz logo a associação. Saí de lá sem chão, sem coragem, sem reação, não sabia pra onde ir, se voltava pro trabalho, se ia pra casa, se ligava pra alguém (moro só e minha mãe mora na Espanha) ou guardava esta dor pra mim. Liguei, então, para meu namorado e expliquei o que aconteceu, ele sempre ao meu lado me deu muita força para seguir em frente. Liguei, então, para marcar a tal punção (nem sabia que existia isso). No dia agendado, cheguei na clínica e vi muitas mulheres ansiosas e na expectativa, assim como eu. Chegou a minha vez...minhas mãos e pernas tremiam! Deitei na maca e o médico pediu para que eu relaxesse. Olhei para as mãos do médico e vi uma "pequena" agulha na mão dele que entrou na minha garganta e naquele momento eu pedia a Deus que tudo fosse apenas um engano, que aquele pedacinho do nódulo fosse benigno, chorei de medo e da incerteza do que ainda viria pela frente.

A espera pelo resultado foi terrível, até que no dia fui pegá-lo com meu namorado. E lá estava o resultado "carcinoma papilífero". Chorei muito!! Vi meus sonhos todos jogados ao vento, minha vida se esvaindo, achei realmente que teria o mesmo fim que meu papai.

Minha mãe e minha irmã já haviam programado vir ao Brasil em Janeiro e decidi não contar por telefone todo meu sofrimento, minha irmã mais nova não viria (e quanta falta ela me fez!). Quando elas chegaram, tirei forças não sei de onde e falei a minha mãe e minha irmã o que tinha acontecido e que o prognóstico era muito bom. Não demonstrei medo e pedi que elas apenas acreditassem que tudo estava bem.

Levei o resultado do exame para ao cirurgião e lá fui eu para a mesa de cirurgia no dia 22/01/2010, que bom que tinha minha família ao lado!!! O médico explicou os riscos da cirurgia(rouquidão, queda no cálcio ocasionando formigamento), mas graças ao BOM DEUS, não tive nada!! A cirurgia foi tranquila.

Minha mãe e irmã voltaram para a Espanha e eu continuava com minha luta.

Fui, então, encaminha para o médico nuclear que faria a Iodoterapia, comigo! Cheguei lá, encontrei um médico com poucas palavras, leu meus exames, levantou-se e chamou duas pessoas à sala dele que se sentaram e ficaram olhando pra minha cara. Pensei, eu: "meu Deus eles devem ser psicólos e vão me dar a notícia que vou morrer." rsrsrsrsrs

Depois que entendi que se tratavam de residentes, mas o médico, não pediu licença nem nada, me senti uma verdadeira cobaia... absurdooo!!!

O médico, por fim, abriu a boca pra falar comigo, disse que eu iria fazer um exame, PCI (Pesquisa de Corpo Inteiro)... e lá fui eu!! Mais uma vez deitada na maca vendo aquele aparelho enorme subindo e descendo no meu corpo todo e eu sempre conversando com Deus e pedindo serenidade!

Chegou o dia da Iodoterapia, fiquei no quarto com uma pessoa, que hoje é minha amiga, Aline Novais, um anjo de pessoa! ;)

O quarto era estranho, tinha umas paredes grossas, os celulares foram envoltos em papel filme para não serem irradiados com o iodo, não podíamos sair do quarto, havia uma câmera, parecendo Big Brother, onde as enfermeiras nos olhavam.

Chegou o médico com uma caixa blindada e um líquido dentro que foi colocado numa seringa e jogado na garganta. E o gosto?? Nenhum. Parece água!! A partir daí, ninguém mais entrava no quarto. Parecíamos bichos isolados, com alguma doença grave. Mas com a companhia que tive nem me preocupei com isso, conversamos muito e trocamos nossas experiências, aliás, juntaram duas tagarelas num quarto!! rsrsrsrs

Fomos orientadas a beber bastante líquido e fazer gargarejo com suco de limão concentrado, pois o iodo se concentra muito nas glândulas salivares e nossa liberação só ocorreria se tivéssemos com um nível de radioatividade aceitável.


No dia seguinte fomos liberadas e não podíamos ficar perto de crianças, idosos, gestantes porque para estas pessoas nós ainda estávamos radioativas rsrsrsrs.

Saímos do hospital, já com o remédio para nossa reposição hormonal, graças a Deus pois passei 3 meses sem os hormônios, e os sintomas não são nada agradáveis.

A dosagem hormonal aparentemente estava um pouco alta, pois com dois meses de uso constante do medicamento tive aumento na pressão e taquicardia, cheguei a parar na emergência. Estive na minha endocrinologista e a dosagem foi reduzida, vamos ver o que acontece daqui pra frente, né? Estou com essa dosagem a uns 5 dias. Até acharmos a dosagem certa, ficamos louquinhas!!


Imaginem: Loira, 1,80m, radioativa, sem tireóide e ainda com os hormônios desregulados... é melhor sair de perto de mim, viu? Rsrsrsrsrs
 Imagina, então, quando a TPM ataca... afffffffffffffffff nem eu me aguento!!!!!!!!!!!

3 comentários:

  1. rsrsrsrsrsr..É amiga!eu ainda estou aqui no impasse.Mais desrregulada que você ,porque nem PCI eu fiz.Mas acompanhei sua aflição e te desejo que tudo dê certo!

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  2. kkkk. Amiga, tudo já deu tudo certo para nós duas, viu?? Beijão e tudo de melhor para você tambem!!

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  3. Até parece. Você é uma das melhores pessoas que já conheci: meiga, linda, por dentro e por fora; não quer machucar ninguém e quando o faz, faz sem querer e ainda fica toda triste. Fale também das coisas boas que o CA nos trouxe, querida. Mostre como Deus nos deu um sinal para darmos mais atenção a esta vida, às pessoas e aos acontecimentos que passamos, como se cada dia fosse o único. Sempre. Mostre que a vida continua com Ca e depois do Ca. Olha a gente aqui. rsrs

    beijos, linda.

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